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O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão.
O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital.
Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que ele voe,
se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real,
que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificante.
Mesmo nossa própria dor não é tão pesada como a dor co-sentida com outro,
pelo outro, no lugar do outro, multiplicada pela imaginação, prolongada em centenas de ecos
"...as metáforas são perigosas. Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora."
O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza.
O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.
Milan Kundera...